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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Parte 10



Sofia
Na noite daquele dia, percebeu que não conseguiria segurar mais. Estava angustiada e sabia exatamente o que deveria ser feito a respeito do que tinha acontecido.
Telefone em mãos foi se deixando discar os números.
- Oi... Acho que a gente precisa conversar. – disse Sofia, sem conseguir esconder a aflição.
- Nossa... Pelo visto tem alguma coisa errada.
- Estou indo ai... Tudo bem? – enquanto ainda falava rapidamente se levantou, foi até a cozinha, tomou uma aspirina e pegou as chaves do carro.
- Ok.
Se aproximando da porta, suspirou uma ultima vez e tocou a campainha.
- O que aconteceu? – perguntou Clara com o olhar preocupado.
- Não sei se você vai gostar muito do que vou te contar, mas somos amigas não somos? Aliás... Melhores amigas, certo? – disse Sofia entrando e fechando a porta em seguida.
- Sim...
Sofia se sentou calmamente no sofá, puxou Clara para sentar-se ao seu lado e começou contando como conheceu Thomas. Não entrara em detalhes, pois queria logo acabar com aquilo. Depois de contar sobre o incidente de ter encontrado o ex, e Thomas a ter ajudado a escapar dele, começou a sentir a garganta secar, porque se aproximava o momento de falar sobre o beijo, que por hora, era a notícia mais inquietante.
Falou sobre a lanchonete, a torre, a garçonete esquisita... Enfim, chegou até o momento ápice de toda a situação, o beijo.
Clara a fitava, com o rosto sem expressão como de um manequim de loja. Sofia acreditava que nunca tivera visto a amiga daquele jeito. Era um olhar gélido e distante.
- Clara, me desculpe. Não foi minha intenção... - ao dizer essas palavras sentia um aperto na garganta e o olhar da amiga ainda não mudara. - eu nunca faria isso com você intencionalmente... Me perdoe, por favor.

Clara
Clara esfregou a parte de trás do pescoço com as mãos olhando para baixo. A única coisa que vinha em sua mente era a imagem de sua amiga beijando Thomas. Apoiou a testa na mão direita e suspirou.
- Me deixa sozinha um pouco... Preciso pensar. – essa foram as únicas coisas que conseguiu dizer, naquele momento.

Sofia
Sofia a fitou ainda angustiada tentou pegar a mão da amiga que de uma forma arisca se afastou. Levantou-se e foi até a porta se sentindo como um monstro.
Caminhou até o carro com a mente desligada do ambiente externo e ao fundo ouvindo as palavras da amiga com a imagem da mão dela se afastando. Ela sentia que talvez o perdão pudesse nunca acontecer, e ela se sentia ainda mais apavorada com isso.
Ao entrar em casa a única coisa que pensou ser o mais inteligente a se fazer foi ligar para Thomas.
- Eu me encontrei com Clara hoje.
- Eu acabei de ligar para a casa dela, mas ela não me atendeu.
- Eu contei sobre o beijo... Senti que era a coisa certa, somos melhores amigas, não podia esconder isso dela. Você pode me odiar e falar que aquilo não foi nada de mais e que não era preciso contar, mas eu não consegui. Me desculpa.
Depois do desabafo, alguns segundos de silêncio. Três ou cinco, mas com certeza soaram como horas.
- Eu não ia dizer isso... Na verdade Sofia, eu ia pedir para que contasse a ela sobre isso, ou me apoiasse na decisão de contar. Como ela reagiu?
- Eu nunca a vi agindo daquele jeito. Ela estava com um olhar frio, e depois de ouvir meu pedido de desculpas só pediu para ficar sozinha. Thomas... – fez uma pausa, pois as lágrimas saíam de seus olhos incessantemente, respirou o mais fundo que conseguia e continuou – o que nós fizemos foi errado. Não sei se um dia ela vai me perdoar, mas posso pedir pra que você me perdoe. Eu passei dos limites... Me desculpa. - com essas palavras desligou o telefone e se deitou na cama esperando por uma noite sem dormir.

Um comentário:

  1. Olá Cassiane!
    Ao ler seu perfil lembrei-me de uma frase: "Tudo que escrevo é sempre uma meditação sobre mim mesmo" (Rubem Alves)
    Prazer estar aqui! Com tempo, venha ler e comentar MUY AMIGO SECRETO no http://jefhcardoso.blogspot.com
    Caso goste do texto e do blog conto com seu voto na 2ª fase do Top Blog 2012, obrigado.
    Abraço e colha um bom dia!

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