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quinta-feira, 12 de abril de 2012

A visão de uma noite.

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Parte 5

Ainda no parque, conversando por um tempo, Thomas e Clara já tinham descoberto sobre muitas coisas interessantes um sobre o outro. Clara se sentia confortável perto de Thomas, mas ainda tinha certa insegurança sobre o que aconteceria depois. Era tudo muito imprevisível. Thomas deixava as palavras fluírem em seus lábios, e adorava o conforto que sentia enquanto falava e via Clara com um olhar entusiasmado.
- Me conta sobre sua família Thomas. Você tem irmãos, irmãs ou animal de estimação? – depois da pergunta Clara deixou escapar um sorriso tímido.
Thomas parou por poucos segundos olhando para Clara. Ele sentiu uma sensação estranha no peito, sua mente se desligou e lembrou-se de quando ligou para marcar esse encontro no parque. Na ligação ele não tinha certeza se Clara tinha aquela “diferença” que ele procurava nas pessoas. Mas agora, parado ali, tão perto dela e conversando por horas... Sim, ela tinha. Ela era diferente e não se esforçava pra ser assim.
- Tenho uma irmã mais velha, casada com dois filhos. E tenho meus pais também e nenhum bicho de estimação.
- Nunca teve um? – disse Clara agora deitando sobre o pano e se apoiando sobre o cotovelo para olhar Thomas.
- Na verdade sim, mas há muitos anos atrás, e não era meu e sim da minha irmã.
- O que era?
- Um gato, eu adorava aquele gato.
- Engraçado, a maioria das pessoas que conheço odeiam gatos. Eu tive dois gatos na minha vida, ambos meus. Mas já faz muito tempo também.
Continuaram conversando sobre suas famílias, histórias engraçadas de infância e admiradores secretos. Sem perceberem já estava escurecendo. Thomas pensou o mais rápido que podia e falou:
- Que tal irmos ao cinema e depois um jantar?
Clara olhou para as próprias roupas e pensou
-“O dia inteiro com a mesma roupa, cheia de grama...” - Então disse um tanto receosa: - Tudo bem então.
Eles se levantaram. Thomas dobrou a toalha e colocou dentro da mochila. Enquanto caminhavam para a entrada do parque, foram calados. Clara estava pensando sobre o que falar, enquanto Thomas pensava sobre o que fazer.
Após a saída do parque Thomas começou a sentir a timidez, garganta secando e as mãos geladas e suadas. Então pediu:
- Espera aqui, que vou comprar uma garrafa de água. Você quer alguma coisa?
- Uma água também, obrigada.
Depois que Thomas se afastou, Clara respirou fundo para acalmar o coração que estava um pouco acelerado. Não sabia por que estava daquele jeito, mas sabia que tinha que acalmar a timidez. Afinal, tinham conversado tanto durante a tarde, que já devia ter se acostumado com a presença dele. Secou as mãos no jeans e olhou ao redor pra verificar se alguém percebeu seu nervosismo.
- Aqui esta sua agua. Vamos? – disse Thomas quando voltou com duas garrafas pequenas de água.
Ele já estava mais calmo e teve tempo de colocar as ideias no lugar enquanto estava longe dela. Já tinha escolhido o filme e onde comeriam. Não estava afoito quanto o que fariam depois, pois era apenas o segundo encontro e não queria que nada desse errado.
Foram ao cinema, depois ao restaurante. Durante o jantar, conversaram e riram das situações engraçadas do filme. Clara tinha se divertido muito e se sentia um pouco triste da noite já estar acabando, queria que o dia seguinte fosse o mesmo dia pra fazer tudo outra vez.
Thomas a levou até seu prédio, e quando estavam chegando à porta Clara se sentia mais decidida do que nunca. Thomas decidiu tornar essa noite uma boa noite, caso o que fizesse não agradasse Clara, ele saberia que nada impediu do dia ser bom.
- Muito obrigada pelo dia hoje. Obrigada pelo cinema e pelo jantar. Gostei de tudo. – disse Clara sorrindo.
Thomas percebeu que aquele sorriso era diferente de todos os outros que Clara havia lhe oferecido durante o dia. Era tão bonito quanto os outros, mas parecia de uma profundidade maior. Ele suspirou levemente, sorriu e disse:
- Espero que não esteja agradecendo porque não vai acontecer outro dia como esse.
Clara tomou a coragem que lhe sobrava e se aproximou e deu o melhor beijo que deu em toda a sua vida. Os braços de Thomas enlaçaram a cintura de Clara e ambos sentiram o que esperavam sentir e ainda mais.
- Espero que aconteçam muitos outros dias como esse. – disse Clara se afastando e sorrindo. – Boa noite Thomas.
Thomas devolveu o sorriso e estava impactado com o que tinha acabado de acontecer. Voltou-se para o corredor caminhando até o elevador. Olhou para a porta de Clara novamente e ela acenou para ele, ele retribuiu o aceno.

Clara
Ao fechar a porta deu o suspiro mais fundo que pode dar, tomou todo o ar que cabia em seus pulmões, e expirou fechando os olhos e encostando as costas na porta. Ao liberar todo ar, Clara sorriu novamente, abriu os olhos e foi correndo ao telefone ligar para Sofia.

Thomas
Thomas esperou que o elevador fechasse a porta. Fechou os olhos e disse a si mesmo sussurrando:
- Não perca essa, porque se perder vai ser como se perdesse tudo.

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