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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parte 4

Clara e Thomas

Depois de algum tempo no parque, Clara se sentiu confortável para perguntar o que a incomodava dês da manhã daquele dia.
- O que faz um cara como você estar solteiro até hoje Thomas?
Depois de alguns longos segundos de silêncio, Thomas conseguiu pensar numa resposta apropriada.
- Ah... Aquela de conhecer a pessoa errada na hora errada e você achando que vai dar certo mesmo sabendo desse fato. – Thomas fez uma pausa, e percebeu que a dúvida de clara tinha despertado um interesse de saber o porquê dela também estar solteira.
- Chamo de crise de existência de um relacionamento. – respondeu ela fitando o chão enquanto caminhavam – Tem uma hora, que você não tem certeza se aquilo é um relacionamento, ou uma dívida a ser quitada. – ela fez uma pausa pra pensar em como concluir a frase e continuou – Aí, você passa mais tempo pensando sobre o relacionamento, se ele existe ou não, do que curtindo a pessoa com quem você esta.
Thomas entendia perfeitamente Clara, e inevitavelmente se lembrou de um relacionamento anterior, que por uma infeliz coincidência tinha acontecido a mesma coisa.
Conversaram por mais algum tempo, até encontrarem um lugar no qual pudessem se sentar.
- Aqui parece bom. – disse Thomas, ao ver um espaço entre duas arvores ainda jovens no gramado – O que acha?
- Parece perfeito. – respondeu Clara já colocando sua bolsa no chão e se preparando para sentar quando ouviu Thomas pedir:
- Não senta ainda.
Ela o fitou e ele continuou enquanto abria a mochila que trazia com ele – Eu trouxe um pano pra sentarmos na grama, normalmente mulheres não gostam de sentar na grama por causa dos insetos.
Clara num sorriso disse – Não ligo pra isso, mas que bom que pensou em trazê-lo.
Ela o ajudou a arrumar os panos no chão e finalmente se sentaram.
Ele não sabia por onde começar, e sem ao menos conseguir pensar em algo pra dizer, Clara perguntou:
- Qual o seu filme favorito? Saber qual o filme favorito de uma pessoa pode definir bem como ela é. Só não vale responder e perguntar “e você?” no final.
- Nunca tinha pensado em um filme que fosse favorito meu... São tantos os que são bons.
Clara respirou fundo e olhou para Thomas com os olhos apertados por conta do sol – Então tudo bem, deixo perguntas difíceis para o final.
Thomas deitou em cima do pano, e apoiou a cabeça no cotovelo esquerdo para fitar clara, que imediatamente corou com o olhar. – Em sua opinião, qual seria a coisa mais incrível de se fazer na vida? - perguntou enquanto admirava o rosto corado dela.
Ela sorriu. - Qual seria não, qual foi. Até o momento, na minha vida, a coisa mais incrível que fiz foi saltar de paraquedas.
 Thomas arregalou os olhos sem acreditar nas palavras de Clara, e num salto se sentou novamente ainda a encarando. – O que?!
- Pode parecer mentira, até hoje eu preciso ver minha foto naquele avião com Sofia para acreditar que fiz isso. Foi difícil me convencer a pular, mas quando a vi correndo e pulando... – Clara suspirou e continuou – Aquilo foi inspirador.
- Nunca iria imaginar você fazendo coisas desse tipo.
- Tenho como provar. – disse Clara rindo.
- Com toda a certeza desse mundo quero ver essa foto. – disse Thomas deitando-se novamente. Sei que proibi você de perguntar “e você?”, mas...
- Comparado com o que você fez nada que fiz foi tão incrível, mas acho que a coisa mais incrível de se fazer na vida seria... – Thomas fez uma pausa para ver se conseguia se lembrar de alguma coisa – Argh! Acho que nada ganha do paraquedas! – concluiu franzindo a sobrancelha.
Ele estava cada vez mais surpreendido com ela e isso era incontrolável.
Clara, além de ser linda, era a companhia mais agradável que já encontrara em uma garota. Ele tinha quase certeza que não encontraria nenhuma parecida com ela em lugar algum.
Pensando nisso escapou-lhe um sorriso. Estava feliz de estar ali com ela, queria essa felicidade prolongada.

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