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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Melhor assim.


Aquele vapor que vinha da água quente do chuveiro me dava uma sensação boa. Deixei que as gotas escorressem do topo da minha cabeça e tomassem um rumo qualquer.
- Mais um sonho estranho e vou ter de começar com meditações pra limpar a mente antes de dormir - pensei.
 Depois de toda aquela complicação que me prendeu por dias pensando naquele sonho da lanchonete, fiquei imaginando o “por quê” de toda aquela raiva concentrada por ele não ter sido real. Vamos dizer que na verdade a raiva não era por não ser real e muito menos pelo garoto não ser você, a raiva estava ali por não ter tido explicação alguma para o fato de eu estar agora tentando te esquecer.
O sonho dessa noite tinha sido com você. Acho que esse foi um dos fatores que me fez chegar à conclusão de que sonhar com você também não era o que eu queria. Foi um daqueles sonhos que você já chega entendendo toda a situação sendo que ele esta já na metade do caminho. Por sinal foi fácil de compreender. Era uma mistura do presente da vida real, mas no sonho esse presente já tinha acontecido há muito tempo.
Depois de juntar esses fatos, me peguei já beijando seus lábios. O que recebi depois disso foi um lindo sorriso. Parecia estar tudo bem, finalmente certo.
Acho que o processo de esquecer uma pessoa, só acontece se seu corpo estiver disposto a isso. Ao voltar minha mente ao meu banho me lembrei que ontem completou um mês sem você. Um longo mês de dúvidas, mas na verdade as dúvidas não me incomodavam o que me incomoda é que tenho medo de obter respostas. Te ver de novo acho que seria arriscado.
O medo tem sido constante, por isso fico me escondendo de várias formas e acabo cometendo erros irreversíveis com outras pessoas, pra que o mal da lembrança não tome conta de mim.
Ontem eu não tinha percebido que os dias passaram rápido. Talvez te perder fosse o que me faria ganhar. Te perder pode ser o que vai me fazer crescer e perceber que as lembranças dos toques são mais válidas do que as lembranças das palavras.
Desliguei o chuveiro e aquele vapor em volta do meu corpo. Puxei a toalha que estava fora do Box de vidro e lentamente fui secando a água dos braços e das pernas.
A primeira coisa em que pensei foi que talvez fosse melhor assim.

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