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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Nightmare

Fui em direção ao espelho do banheiro. Fiquei durante alguns minutos só olhando os olhos fundos por conta do sono e escurecidos. Abri uma gaveta, peguei uma presilha e comecei a pentear os cabelos. Tinha algo que não deixava eu me concentrar no meu cabelo e fazia com que eu encarasse aquela imagem refletida, sem pensar em nada. Meus olhos não pareciam meus, meus cabelos não pareciam os meus, aquele olhar definitivamente não era o meu. Minha mente estava vazia e eu não conseguia fazer nada além de olhar aquela pessoa desconhecida. De repente fechei os olhos e quando os abri a imagem no espelho parecia um tanto mais familiar.
Aquela sensação que senti era de que minha alma ainda era minha e o corpo era de qualquer outra pessoa, na verdade a aparência era a mesma, mas tudo estava de uma forma diferente. Lavei meu rosto com aquela água gelada que saía da torneira e com as gotas ainda caindo de meu rosto voltei a encarar o espelho, procurando alguma razão pra antes aquele reflexo não ser eu.
Bom era aquele momento em que minha mente estava vazia, porque segundos depois todos os tipos de pensamentos me atropelaram como um caminhão. Caminhei alguns passos pra trás, me sentindo extremamente confusa. Encostei na parede atrás do espelho e fui sendo empurrada para baixo com uma força que eu não conseguia me manter em pé.
- Não sei. – disse com uma voz de quem sentia muita dor.
Foram essas as primeiras palavras de um sonho que tive.
Aquela pressão continuava sobre meus ombros e me fez sentar no chão. Olhei para aquele teto branco e meus olhos se fecharam. De repente aqueles pensamentos se voltaram a uma pessoa só. Você sabe de quem eu estou falando. Tudo aquilo surgiu pelas dúvidas que você me entregou por suas atitudes como se estivessem empacotadas, quando tudo começou não tinha nada disso acontecendo. Era tudo tão certo quanto o sol nascer todos os dias.
Depois disso, ainda com os olhos fechados, vi como um filme aqueles dois dias. As imagens estavam um pouco aceleradas, mas todas as sensações intactas ainda. Alguns olhares seus naqueles flashes de momentos eram como alfinetadas na minha cabeça. Quando por fim, veio a cena daquele fim de tarde, eu seguindo para atravessar a rua e você sem olhar pra trás seguindo seu caminho, a ultima pontada veio mais forte.
Doeu tanto que meus braços envolveram meus joelhos como num abraço forte e assim fiquei, abaixando a cabeça e tentando respirar. Meu coração se acelerou.
Respirei fundo, soltei minhas pernas que se esticaram, levantei meu rosto e quando abri os olhos estava em meu quarto novamente.
- Um sonho, só um sonho. – sussurrei eu, me virando para apanhar meu celular para procurar saber que horas eram.
Essa tinha sido uma das noites mais imperceptíveis que tive. O sono tivera sido pesado. E ao acordar o alívio que tive foi que aquela dor do sonho havia desaparecido.

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